quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Coisas velhas, coisas novas, coisas boas

Hoje decidi estabelecer uma lista das coisas que irei fazer após o fim do meu tratamento. Vou listar coisas simples que já fiz muito e que só agora sei o verdadeiro valor que elas tem, e coisas novas, que sempre quis fazer, mas por falta da força de vontade, que agora sei que tenho, nunca havia me aventurado a tentar:

1- Ir ao jogo do Grêmio
2- Surfar
3- Andar de bicicleta escutando música bem alto
4- Correr no sol
5- Ser medalhista em canoagem
6- Tocar um som com amigos
7- Viajar muito com meu amor

Por enquanto é apenas isto, com certeza essa lista vai crescendo cada dia, e de verdade o que quero é viver. Da forma mais plena possível e realizar todos meus desejos, dos mais insanos aos mais simples.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Difícil

Os dias estão ficando cada vez mais longos, as noites cada vez mais difíceis de adormecer, assim como despertar também tem sido difícil. Estou fraco, pensamentos ruins insistem em invadir minha mente, estou impaciente e ultimamente tenho sentido raiva. Por não ver muitas coisas mudarem, no último mês tive duas internações, uma de cinco dias, por dores fortes que sentia em minhas pernas, e outra por uma inexplicável hipotermia que levou minha temperatura ao grau mais baixo possível. Poucos dias depois em casa tive um pico de febre, fiquei desesperado, pois já não aguento mais o hospital. Espero de verdade que esta etapa tão difícil seja a parte final, pois o fim é sempre mais difícil, e esta é minha esperança, de que eu esteja perto do fim, perto de ter minha vida de volta, para vencer. Vencer não só por mim, mas por todas as pessoas que estão comigo lado a lado, pelas pessoas que nem me conhecem e mesmo assim me enviam mensagens que me enchem de força. Decepcionar estas pessoas é o que menos quero, por isso mesmo com a dificuldade diária que tem sido minha vida reúno forças e levanto para um novo dia, melhor ou pior que ontem, mas que assim como os outros irá passar.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mãe

Quando sentia dores terríveis e nem sabia o que eu tinha, era na mão de minha mãe que eu segurava. Quando descobri o nome do inimigo que tão mal fazia ao meu corpo, foi no colo de minha mãe que chorei.No hospital quando nem mesmo a morfina adiantava contra as dores terríveis que eu sentia, as palavras de minha mãe me confortavam de alguma forma. Quando estive na UTI "desenganado" pelos médicos, comecei a reagir no momento em que minha mãe foi liberada para entrar em meu quarto, para que se despedisse. Hoje , quando a dúvida o medo e a angústia insistem em povoar minha mente, são as palavras de minha mãe que me fazem acreditar para seguir em frente. Minha mãe, qué tem sete filhos e para todos sempre deu todo seu amor e apoio incondicional esteve comigo durante toda a minha luta nestes dois anos, e vai continuar até o fim, quando finalmente eu estarei livre deste inimigo terrível e junto com ela comemoraremos. Brindando toda a fé e o amor que ela me ensinou e que me fizeram chegar até aqui, e que farão com que juntos, estejamos com os punhos cerrados e o coração cheio de alegria agradecendo a vida, que enfim voltará a ser plena, cheia de paz e amor.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Eu, tu, eles

Em muitos comentários aqui no blog a galera me pergunta como pode fazer para me ajudar. Em primeiro lugar quero agradecer muito a solidariedade de todos que se dispõem a se informar mais para poder ajudar.
Quero dizer também que quando um de vocês se cadastra como um doador de medula óssea pode ajudar não só a mim, mas também muitas outras pessoas que assim como eu esperam apenas por este simples porém belo gesto, e que, em uma grande corrente, com a ajuda de um em um muitas vidas podem ser salvas.
Pois bem, para se tornar um doador de medula óssea basta que você vá ao hemocentro mais próximo portando seu rg e diga que quer se cadastrar como um doador de medula. Aqui em Porto Alegre o cadastro também pode ser feito no Hospital de Clínicas ou na Santa Casa. Quando cadastrado é feito uma coleta de 10ml de sangue que serão enviados ao REDOME, onde seu sangue ficará armazenado, e se um dia ele for compatível com a medula de alguém você poderá salvar uma vida. A compatibilidade da medula não tem nada a ver com tipo sanguíneo e a chance de se encontrar um doador são de uma em cem mil, isso quer dizer que cada um que se cadastrar é a minha chance e a de muitas pessoas que aumenta, nem que seja um pouco.